Leitura de 5 min   |   22/08/2024

GR6 e a Revolução do Funk: Produção em Massa para Dominar o Streaming

Inspirada pelo fast fashion, produtora GR6 cria funks do zero em ritmo industrial A produtora GR6, localizada na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo, é um verdadeiro império do funk paulista. Com mais de...
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Inspirada pelo fast fashion, produtora GR6 cria funks do zero em ritmo industrial

A produtora GR6, localizada na Vila Guilherme, Zona Norte de São Paulo, é um verdadeiro império do funk paulista. Com mais de dez estúdios de gravação e vídeo, além de uma estrutura que inclui depósitos, salas de reunião e até uma churrasqueira com piscina, a empresa se destaca pela sua capacidade de produção em ritmo industrial. Em um modelo que a própria GR6 chama de “fast music”, a produtora é capaz de transformar uma ideia em um hit publicado nas plataformas de streaming em menos de 24 horas.

Essa estratégia, inspirada no conceito de “fast fashion” da moda, permite que a GR6 lance cerca de 40 músicas e 15 videoclipes por semana. “Muitas vezes, fazemos uma reunião pela manhã e, no dia seguinte, já estamos gravando o clipe. A música fica pronta em poucas horas, e o clipe é filmado logo em seguida”, explica André Morrissy, diretor da GR6.

A Força do Streaming e o Futuro da Música

No Brasil, o streaming já representa 99% da receita total com vendas de músicas, e a GR6 lidera esse mercado com impressionantes 6 bilhões de transmissões em 2023. Porém, apesar do sucesso, os desafios são grandes. Mercados emergentes, como a América Latina, que em 2023 representaram 50% das novas inscrições em serviços de streaming, devem dominar o crescimento do setor até 2030. Contudo, a receita média por cliente nesses mercados ainda é baixa, o que exige uma produção em massa e constante para manter a lucratividade.

A GR6, ciente desse cenário, aposta na quantidade e na velocidade como suas principais armas. “Nos voltamos para uma produção em massa, com constância, apostando no volume”, ressalta Morrissy. Essa abordagem tem garantido à empresa uma posição de destaque, com 40 de seus artistas dominando o “Top Charts” do Spotify em julho de 2024.

A receita média por cliente nos streamings, no entanto, é baixa. As projeções do Goldman Sachs sugerem que a contribuição de mercados emergentes em assinaturas pagas deve chegar apenas a 22% em 2030. Além do mais, os repasses das grandes plataformas também são menores. “A receita proveniente das plataformas digitais ainda é baixa em comparação a países desenvolvidos. Acredito que com o tempo isso irá melhorar. Temos trabalhado para isso”, diz Morrissy.

O volume de clientes que pagam por serviços de streaming em mercados emergentes ainda está em 7%, contra 33% nos desenvolvidos. O binômio de assinaturas e publicidade (no caso dos streamings gratuitos) determina a remuneração repassada a artistas – e os planos por assinatura têm maior influência no pagamento final.

“Por isso, nos voltamos a uma produção em massa, com constância, apostando no volume”

— André Morrissy, diretor da GR6

Parcerias Estratégicas e Expansão de Negócios

Além do sucesso nas plataformas digitais, a GR6 também tem firmado parcerias estratégicas com grandes nomes da indústria musical, como Sony, Warner, Universal e Som Livre. Essas colaborações já renderam R$ 200 milhões em contratos nos últimos cinco anos, permitindo à produtora continuar investindo em novos talentos e projetos inovadores.

Outro ponto forte da GR6 é sua capacidade de atrair grandes marcas interessadas em se conectar com o público do funk. Em 2024, a unidade de negócios dedicada a patrocínios movimentou R$ 10 milhões apenas no primeiro semestre, com campanhas de sucesso como a realizada com a Lacoste, que se tornou um ícone nas periferias. A empresa já trabalha em novas parcerias com marcas como Versace, Ipiranga, Ruffles, Heineken, Vivo e Itaú.

Controvérsias e Desafios

Apesar do crescimento acelerado, a GR6 também enfrenta desafios, especialmente em relação ao seu envolvimento em questões políticas. A produtora foi criticada por sua participação em eventos organizados pela prefeitura de São Paulo, gerando um debate acalorado na cena do funk. No entanto, a empresa afirma respeitar a opinião individual de seus executivos, colaboradores e artistas, e garante que não tomará partido em eleições.

Conclusão

A GR6 continua a revolucionar a indústria musical com sua produção acelerada e parcerias estratégicas. Com uma estrutura robusta e uma visão clara do futuro do mercado de streaming, a produtora se mantém na vanguarda do funk, adaptando-se às demandas do mercado e expandindo sua influência no cenário global.

Font: infomoney

Autor do Post: Gudyê Mythery


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