MC Livinho Prepara Tributo Especial para Rock in Rio 2024 e Exalta a Força do Funk: “Tomou Tudo”

Por mais que o funk tenha permeado as paradas musicais no Brasil, o artista não crê que o preconceito com o gênero deixou de existir. “O preconceito, racismo, julgamento sempre vão existir. Independentemente dessas falas preconceituosas e racistas, o funk continua crescendo. O funk tomou tudo, né? Tomou a área do agro, na área do povo da classe alta… É a periferia, né? O povo pobre que move o mundo, a massa”, argumenta.

“A nossa cultura é uma cultura muito única, original. Mesmo que ela tenha sido criada do Miami Bass e dos atabaques de religiões de matriz africanas, é uma coisa muito única. Nosso estilo é muito único, a rima, a melodia, e o tempo que a gente criou”, avalia.

Livinho também usa as músicas e plataformas digitais para dar voz à luta de igualdade racial. Ele analisa o desafio de estar no ramo musical como um jovem negro periférico: “Sendo da periferia, haverá preconceito, obviamente. Só que, sendo preto e de periferia, antes do preconceito, existe o racismo estrutural. São essas as piores barreiras”.

“Quando você sai da sua área, digamos assim, você deixa de seguir o sistema, né? Você está seguindo o sistema de outra forma. Na área da música, você começa a se tornar alvo a partir do momento que se põe como artista vindo da periferia“, aponta. Sobre os maiores desafios, também ressalta: “Os recursos que você precisa. Você não tem o acesso, descanso, a educação e é escassa a informação”.

Primeiro funkeiro a ultrapassar os 200 milhões de acessos no YouTube com uma única música, o artista fala sobre deixar um legado para o público: “Gostaria de deixar meu legado como um ser humano resiliente. Alguém que, mesmo com as adversidades, continua buscando, acreditando naquele projeto independente das situações. Em paralelo ao sonho, sempre as responsabilidades em primeiro lugar, até o sonho transformar o seu sucesso no seu ganha-pão. Resiliência e resistência”.